Neste último domingo, na Avenida Paulista, a comunidade de umbanda recebeu mais uma bela contribuição: o lançamento do primeiro livro de Alan Barbieri, dirigente do Templo Escola Casa de Lei. Pudemos estar presentes durante todo o processo até o tão esperado momento do evento, logo garantimos que a ansiedade e a euforia se estendeu aos médiuns, consulentes, amigos e familiares, unindo em uma só corrente de boas energias todos os umbandistas engajados na causa. Não há palavras suficientes no dicionário para descrever o que sentimos ao colocarmos os pés na estação Brigadeiro, do metrô de São Paulo, e encontrarmos mais de mil de pessoas com seus livros nas mãos, indo em direção à livraria Martins Fontes para receberem o autógrafo deste novo – e muito promissor – autor.

Foi recompensador ouvir os atabaques tocando do lado de fora, chamando quem estava só de passagem pelo local para louvar os orixás em pleno domingo, no centro da metrópole. Assim como a umbanda, o asfalto estava cheio de cores: cor de gente, cor de roupa, cor da bandeira carregada lá no alto dos corações. Ainda que as horas passassem e a fila só aumentasse, ninguém era visto desanimado ou impaciente, reforçando o propósito que levou essa multidão ao encontro do autor: gratidão. Nada jamais conseguirá apagar as imagens da felicidade expressada em cada gesto dos presentes. Foi um momento mágico que estará eternizado em nossas memórias.

Quanto ao livro, bem longe de seu novo simbolismo, ainda temos muito o que comentar. Partindo do princípio e indo além do que a maioria já sabe, a obra em questão foi desenvolvida a partir das experiências vividas ou presenciadas no nosso meio – seja dentro ou fora dos limites dos terreiros – e permite que tanto médiuns quanto admiradores ou dirigentes simpatizem com as ideias expostas e até as identifiquem nos arredores com mais facilidade. Ela ultrapassou a barreira informativa de um manual de conduta ou a natureza normativa de um conjunto de regras; é puramente descritiva e abrange do público mais jovem que ainda está se descobrindo umbandista ao público mais velho que conhece de cór e salteado os procedimentos padrões adotados na religião. Nada é imposto nela, logo não há motivos para que alguém deixe de ter o seu em mãos e se identificar com o conteúdo.

Os assuntos tratados no livro “Sabedoria de Umbanda” são aqueles mesmos assuntos que abordamos nas rodas de conversa, mas nunca encontramos uma boa linha de raciocínio para representar a conclusão a qual chegamos no final. Não é exagero dizer que muitas vezes ficamos impressionados e de boca aberta com os insights apresentados de forma tão genial, inspiradora e inesperada. Até parece que as perguntas sempre estiveram ali, rondando nossas cabeças como mosquitos barulhentos, porém era impossível enxerga-las em qualquer momento anterior à chegada das respostas. E, se nos perguntarem o que achamos disso tudo, certamente diremos que é isso mesmo: o bombardeio de informações sem nexo finalmente encontrou uma sistematização simples de entender. E esta é a obra de Alan Barbieri.

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