No último dia 1º de abril, lideranças da Umbanda e do Candomblé reuniram-se no Teatro Ruth Escobar para gravação dos 4 programas que serão exibidos pela RecordNews, como resultado de uma batalha que já dura 15 anos.

Os quatro programas serão exibidos três vezes cada, num total de 12 exibições, com três chamadas diárias nas vésperas, intervalo de sete dias entre cada um, nos mesmos horários dos programas que veiculavam as ofensas contra nossa religião.

A concepção e produção dos programas foi coordenada diretamente por nós, CEERT e INTECAB-SP, com os custos bancados pela Record.

Os programas serão exibidos pela RecordNews, do Grupo Record, que é uma TV aberta, com alcance nacional, e certamente serão também amplamente reproduzidos nas redes sociais, youtube, etc. A veiculação pela RecordNews nos permitirá levar os programas ao ar imediatamente e pôr fim a uma ação que já se arrasta por longos 15 anos e poderia tramitar por mais 15 nos tribunais superiores, em Brasília.

A este respeito, devemos lembrar que o recurso sobre abate religioso de animais, no STF, julgado no úlimo dia 28 de março, está tramitando em Brasília desde 2006, isto é, há 13 anos.

Além do mais, este novo governo é formado por ministros que não disfarçam seu fanatismo religioso e sua intenção de colocar o aparelho do estado a serviço de grupos religiosos.

Foi por essa razão que eu, Dr. Hédio Silva Júnior (meu parceiro nessa ação deste o início, em 2003) e o também Dr. Jáder Freire de Macedo Júnior, resolvemos aceitar o acordo proposto pela Record.
Trata-se de um acordo razoável; um acordo possível, que garante o mínimo, pondo fim a uma batalha judicial que já dura uma década e meia.

É enorme o prejuízo de tamanha demora, numa ação que teve início no dia 10 de dezembro de 2003 e também não há como reparar a violência.

O dado positivo é que pela primeira vez na história da TV aberta brasileira, as religiões afro-brasileiras terão espaço para falar sobre sua história, doutrina, seus projetos sociais, desmistificando as falsas imagens criadas pelo discurso do ódio e da intolerância religiosa.

O que esperamos, portanto, é que a veiculação dos programas acabe com o sentimento de impunidade que faz com que diariamente o racismo religioso se utilize do rádio e TV para propagar o ódio e a violência contra o nosso povo.

Dr. Antônio Basílio Filho

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