No mês de maio as mulheres são lembradas em sua mais sublime e bela missão: ser mãe. Quem é mãe sabe quão desafiadora é a tarefa. Muito além de apenas dar a vida e cuidar, ser mãe é missão para a vida inteira.

A mãe é sempre multitarefa, levanta antes de todos e quase sempre é a última a dormir. Se preocupada se seus filhos descansaram, se estão bem física e psicologicamente, acompanha o desenvolvimento deles na escola, faz comida, cuida das roupas e da higiene e nutri com o mais rico alimento: o amor. Dentre infinitas tarefas de uma mãe listamos as mais lembradas. Além de mãe, a mulher atual é também profissional, empresária, empreendedora, esposa e tantas outras funções que ela deseje. Mas, será que foi sempre assim?

A MULHER NA ANTIGUIDADE

Através do achados arqueológicos, sabe-se que no período da pré-história – período paleolítico e neolítico – a mulher exercia papel de destaque nas sociedades matriarcais. Estas sociedades viam na mulher a única forma da continuidade da vida, vivendo assim um sistema que tinha a mulher como centro. Por isso, elas eram cultuadas como deusas e respeitadas como anciãs. Não existia esse modelo de família que temos hoje e o homens eram nômades, viviam em busca de alimento e local para abrigo constantes.

Responsáveis pela criação dos filhos e amamentação, as mulheres começam a se fixar mais e aos poucos vão surgindo os modelos de tribos e aldeias. Enquanto os homens saiam para caçar e traziam animais para os alimentar, as mulheres ficavam mais nas aldeias e foram as principais responsáveis por desenvolverem meios de alimentar seus filhos além do leite materno que possuíam. Desta forma é atribuído a mulher o desenvolvimento da agricultura.

Com o passar do tempo e as descobertas, o homem percebeu que a mulher precisava do sémen dele para procriar. Como eles saiam mais para caçar aprimoraram sua força física, enquanto as mulheres permaneciam mais sedentárias cuidando das crias. Inicia-se assim uma sociedade patriarcal, onde a figura do homem representa a força e exerce o centro do comando e do poder.

Perdendo aos poucos a posição social de comando nas sociedades tribais, a mulher não perdeu o seu poder ancestral, sua capacidade de intuição, conexão com o mundo dos espíritos e controle sobre seus filhos… E continuou a exercer sua religiosidade de forma intensa.

PAPEL DA SACERDOTISA

O sacerdócio é uma missão divina e vai muito além de ser chefe de um templo ou casa espírita. É papel que requer múltiplos talentos, além da conexão espiritual com os guias, habilidades administrativas, de gerenciamento de pessoal e de acolhimento amoroso a todos os necessitados. A mulher, como grande mãe acolhedora, tem papel de destaque em diversas religiões.
Na idade média, devido ao grande poder e conhecimento de magia, as mulheres médiuns eram consideradas bruxas e sofreram perseguições e punições. Mas, não deixaram de exercer seu papel de anciã, vivendo escondidas e ensinando a magia a outras mulheres e suas filhas.

No processo de escravização do negro no Brasil, a mulher exerceu papel preponderante de resistência, aprimorando seus conhecimentos com a convivência nas casas grandes dos engenhos, quando exerciam o papel de ama de leite e serviçais. Eram exímias cuidadoras da saúde, conhecedoras de ervas e rezas para todos os males.

Deste modo, o Candomblé em suas diversas raízes, manteve em algumas tradições o papel de sacerdotisa apenas para mulheres, sendo estas respeitadas e mantenedoras de grandes clãs, onde a mulher exerce principal papel de liderança e sucessão discipular.

Na sociedade atual que subjuga a mulher e a coloca em posição inferior ao homem, apesar de muitas conquistas e avanços, percebemos que a mulher ainda é o sustentáculo da sociedade. Muitos homens de sucesso reconhecem que não teriam chegado tão longe se não tivessem o amor e cuidado de uma mulher.

Por isso, na Umbanda, apesar de ficar muito conhecido nomes de homens na história da religião, não podemos esquecer de que grandes mulheres sempre estiveram ao lado, quando não a frente, de muitos trabalhos importantes.

Destacamos o trabalho de D. Zilméia, filha do nosso querido Zélio Fernandino de Moraes – fundador da Umbanda, que sucedeu o pai e cuidou dos trabalhos espirituais da Tenda Nossa Senhora da Piedade até o final da vida.

E Babá Dirce P. Fogo, Diretora Espiritual da Federação Umbandista do Grande ABC, filha de fé e braço direito do Pai Ronaldo Linares, que cuida dos trabalhos na Casa de Pai Benedito de Aruanda. Que possamos aprender e apreender as capacidades destas mulheres que serão sempre inspiração em nossa caminhada.

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