A devoção a Cosme e Damião é uma manifestação popular muito forte em nosso país.

Quando chega próximo à data e comemoração de São Cosme e São Damião tem bala e bolo pra todo lado.

Esta linha de trabalho é fortíssima na Umbanda, ainda que não assimilada pela maioria dos umbandistas em sua essência.

Ainda assim, os infantes que se apresentam quando invocados trazem, sem dúvida, um axé todo especial e envolvente.

O arquétipo criança desperta em nós inúmeros sentimentos e emoções, mas principalmente traz simplicidade.

Quando perguntamos algo a uma criança, as respostas são tão assustadoramente simples, que nos questionamos em que momento perdemos a capacidade de ver a vida assim.

Nos tornamos adultos e ficamos patinando pra resolver problemas que nós mesmos criamos, e criamos mais problemas tentando resolvê-los.

Criança não tem conflitos porque vê o mundo com olhos de amor e simplicidade.

As “crianças” que se apresentam na Umbanda não são crianças humanas, mas seres de um plano anterior da vida que, em relação a nós, que vivemos a dualidade do plano natural, são considerados infantis.

Na verdade, quando baixam nos terreiros, há uma troca de energias e informações que os preparam para um novo estágio em suas evoluções.

E seu poder de atuação é enorme porque eles trabalham em um plano encantado e puro.

É difícil explicar aos médiuns que essas entidades não são familiarizadas com as mesmas coisas que as crianças encarnadas, por exemplo, um erê não vai usar um tablet nem pedir uma Barbie, pois eles não conhecem tecnologia nem marcas.

Mas aceitam com alegria os adereços que lhes são oferecidos por serem de tamanho pequeno e realmente remeterem à infância, que de certo modo é o estágio em que eles estão em relação a nós.

De qualquer maneira, tanto em forma de entidades como humana, criança é renovação e esperança. Tenho visto tantas crianças iluminadas, que respeitam a natureza e os animais, que têm uma visão tão simples e amorosa do mundo, que peço a Pai Olorum que sejam nossos governantes de amanhã, pra termos leis justas e igualdade para todos.

Apesar de termos erês de todos os Orixás, eles trazem a regência de Oxumarê, sendo a renovação, portanto, um de seus maiores mistérios.

A Umbanda está em constante renovação; seus médiuns nem sempre, infelizmente.

Estudar, por exemplo, traz renovação de conceitos e nos permite mudar nossa visão sobre tudo, inclusive sobre nós mesmo.

E quando sentimos o mistério da renovação atuar em nossa alma, aprender e descobrir se torna essencial e necessário, assim como fazem as crianças, não é mesmo?

Todos deveríamos pedir aos erês pra que nossa criança interior nunca morra dentro de nós nem fique sufocada e esquecida, pra que não percamos a capacidade de ter esperança e de vermos o mundo com simplicidade.

Para isso, aqui vai um axé da Aninha pra todos vocês:

Pegue um pires, ponha 7 balas sem a embalagem em volta, acenda uma vela azul e rosa no meio, e faça seus pedidos, sempre para o bem, é claro. Quando a vela acabar, deixe as balinhas num jardim florido.

Façam com fé e amor, e que tudo que pedirem seja concedido na luz e amor dessas entidades maravilhosas, Axé!

 

 

                                                      

Por Mãe Valéria Siqueira                                                     Terreiro de Umbanda Pai Oxóssi,                                                                               Caboclo 7 Flechas e Mestre Zé Pilintra

Críticas e sugestões:  t.u.paioxossi@hotmail.com

Fone: (011) 96375-7587

 

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