A observação é, sem duvida nenhuma, etapa fundamental para toda e qualquer descoberta. Não importa com quais sentidos nós observamos. Se físicos ou sensoriais, mas fato é que só aquilo que podemos observar é o que podemos interpretar e estudar e por conseqüência aprender e ensinar, e legar de forma que continue a ser estudado, repetido, observado.

A observação fez com que surgisse naturalmente a magia, essa vovó das ciências e das religiões, surgida pelo simples fato de observar os ciclos da natureza, o céu azul ou estrelado, o crescimento das árvores e as migrações de seres vivos instintivos, enfim, a simples observação trouxe as questões humanas mais profundas nos primórdios da ocupação desse planeta abençoado – Quem sou eu? De onde venho? Pra onde vou?

A necessidade é mãe da criatividade. Partindo desse princípio, os pontos em comum entre os magos e cientistas, (e aqui estamos falando da figura do mago como observador, pesquisador e descobridor das coisas e não simplesmente o iniciado), é a curiosidade, a vontade de descobrir, compreender e ter controle, e naturalmente promover o bem estar, a cura, modos de vida mais saudáveis e harmoniosos, que atendessem às suas necessidades.

Não vamos entrar em detalhes históricos e estóricos sobre magia, alquimia ou religiões, mas o que queremos pontuar é que magia, por mais que queiramos definir, é basicamente transformação. Isso mesmo, magia é o ato de provocar de alguma forma, uma alteração do estado de alguma coisa. Pois bem, é aí que surgiu a ciência, pois um dos tendões calcâneos da magia era (e ainda é) a incapacidade de comprovar, independente de método científico, sua funcionalidade. Será que após um processo de magia, feito e repetido, o mesmo efeito se cumpriria novamente ou seria obra do acaso? Como comprovar pela repetição?

Na verdade por falta de uma base de estudo fundamentada na lógica científica, apenas pela observação e aprendizado osmótico, a magia, religiosa ou iniciática, caiu no campo do misticismo, também religioso ou não, e se distanciou da ciência. Nós provocamos isso, nós seres humanos que deveríamos ter compreendido a “magia da vida”.

A Umbanda é religião magística por natureza. Os guias espirituais promovem transformações que sim, podem ser percebidas e repetidas. Se servem de elementos externos e internos, e de todos os recursos da natureza, visíveis e invisíveis.

Como recursos da natureza, se nos limitarmos aos elementos básicos, terra – água – fogo – ar, teremos diversos “procedimentos” como os banhos, defumações, oferendas com os pés no chão, queima de velas ou mesmo as antigas, famosas e extremamente eficientes rodas de pólvora, cuja ação do elemento fogo é fulminante. Mas saindo dessa limitação, encontramos a força do arquétipo, o uso da natureza humana como elemento movimentador de “recursos internos”.

A presença do Caboclo denota a força da natureza, do índio, do pajé ou morubixaba que conhece as leis da natureza de elementos e a ciência alquímica dos seus compostos. Diante de um caboclo temos a certeza de que a natureza convergerá ao nosso favor, nos curando, abrindo caminhos, nos livrando dos males do mundo, afinal temos nele o conhecedor, o mago, o cientista apto a realizar, apto a colocar esse poder em ação.

Assim como temos na figura de Preto Velho, a sabedoria e a tranqüilidade para que, com a ciência do galho de arruda e do copo com água, da vela acesa e da reza, do terço cristão e dos sinais da cruz, promova a cura, a libertação, promovendo o bem estar e um estado diferente do qual nos encontrávamos… resumindo, temos magia!

Nas linhas acima procurei de forma muito, mas muito simples mesmo desenhar na sua mente, amigos leitores, um ambiente que é conhecido por praticamente todos nós, e que acostumamos pelo hábito a não observar, e portanto paramos de aprender com ele. Quando deixamos de observar, seja por qual sentido for, paramos também de aprender.

Vamos criar na mente uma imagem semelhante, de alguém que estudou, pesquisou, foi testado e avaliado para estar ali na posição de médico, atendendo um paciente.

Visualizou? Sim, então qual a diferença?

A ciência e a religião promovem, cada um da sua forma, a transformação, seja para a cura física com a aplicação de tratamentos alopáticos (ou não), ou o bem estar espiritual através da aplicação dos passes usando todos os recursos disponíveis.

Da mesma forma que nós não nos sentiríamos bem nos consultando com um médico inseguro, que perceptivelmente não estudou direito o assunto que se propôs e que está ali por pura obrigação, não sentiríamos a confiança num guia espiritual fora do arquétipo e da postura que nos trás, pela simples magia da observação, a segurança do conhecedor das coisas espirituais. Ou um guia que titubeasse para nos aconselhar.

Estudar é preciso sim. Questionar com coerência não só os resultados mas os métodos e processos. Aprender por observação e discussão construtiva.

É mais do que provado que aprendemos mais facilmente o que outros já aprenderam, isso os novos “olhares quânticos” tem nos provado na prática.

No entanto sofremos também com a “herança do hábito”. Sim, eu faço assim pois outros fizeram e me ensinaram, ou por simples observação eu aprendi. O que é perfeitamente aceitável, pois nossas origens nos ensinam e muito e aprendemos que devemos honrá-las, afinal, quem não honra suas origens, apodrece suas raízes.

Há de se cuidar do aprendizado, das práticas de magia, da mediunidade, e cuidar para que a gente não sofra com o aprendizado a partir do “desvio da visão ” ou a distorção inconsciente da observação, pois gostamos de ver aquilo que nos interessa, ou aquilo que nos é confortável, e negamos o que nos provoca ou incomoda.

Conhecimento transformador não é confortável. Provoca, incomoda, cutuca as bases.

É comum nesse nossos tempos de imposição de poder (relativo e ilusório, é claro) nós vermos alguém que ocupa uma posição de comando, desqualificando um buscador, ou outro alguém que esteja disposto a compartilhar conhecimento consistente, pois pura e simplesmente não reza a mesma cartilha.

Vamos estudar! Umbanda, magia, ervas, elementos, espiritualidade! Vamos observar a vida e seus processos! Vamos observar atentamente os nossos terreiros e os terreiros que podemos observar, vencendo o julgamento e permitindo o aprendizado.

Aproveitando a oportunidade pra lembrar sobre direito autoral, sobre respeito, sobre copias piratas de livros e apostilas em edição. Copiar e distribuir ilegalmente não é caridade, muito menos liberdade de expressão, é violação de conduta moral, apropriação indevida de propriedade intelectual, verdadeiramente desrespeito. Imagine se os seus guias, mentores, protetores e mestres do plano espiritual estão de acordo com algo assim. Fico imaginando alguém preparar um banho a partir de livro roubado, pois cópia ilegal é roubo sim… será que funciona? Pergunte para seus guias de luz, se é que são eles que irão responder né, se tiver, use o bom senso.

Todas as matérias e assuntos que tratamos são de uso aberto, não comercial, mas desde que cite a fonte, a autoria… como disse acima: quem não honra as origens, apodrece suas raízes, todas e em todos os sentidos.

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Te desejo valores verdadeiros acima de tudo. Paz de espírito, consciência, realização!

Gratidão pela consciência! Muito obrigado pela oportunidade!

Saúde, muita alegria, muitos sorrisos e olhinhos brilhantes para todos!

Saravá Umbanda!

Adriano Camargo
Erveiro da Jurema
Sacerdote de Umbanda, autor do livro Rituais com Ervas, banhos defumações e benzimentos.
adriano@ervasdajurema.com.br
www.oerveiro.com.br

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