Salve sagrados irmãozinhos e irmãzinhas nas ervas!
Desde o ano 2000 falamos sobre o uso ritualístico das ervas, de forma original, simples e objetiva.
Fato que minha base familiar, religiosa, e de formação é a Umbanda, naturalmente começamos a falar sobre o uso dentro dos rituais umbandistas e desde o chão do terreiro. Abrimos esse conhecimento a outras casas que de forma muito gentil e inovadora, permitiram que o conhecimento entrasse em seus universos, a maioria já muito bem definidos, mas que de alguma forma, careciam de explicação mais detalhada, no entanto simples.

Nesses anos de trabalho fomos delineando o roteiro desse conhecimento e alcançamos outras esferas além da Umbanda. Muitos irmãos dos cultos da Jurema, mesmo dos Candomblés, os quais temos muito respeito pelas tradições; o Xamanismo, Santo Daime, entre outros, hoje se beneficiam desse conhecimento, fundamentado de forma básica no livro Rituais com Ervas, lançado em 2012.

Hoje falamos desse conhecimento das ervas usando o termo Magia Natural, pois da Natureza Divina provem os elementos que usamos nos processos ritualísticos. – Ervas das mais variadas e suas partes – folhas, cascas, sementes, flores, frutos, raízes, etc., …

Muitas duvidas ainda pairam nesse nosso universo mitológico e ritualístico.

Uma delas, que me veio recentemente através de uma questão nas redes sociais, é de podermos colher ervas na rua. Isso mesmo, se há uma árvore na rua, um arbusto, enfim, posso me servir de algumas folhas para preparar um banho?
A resposta imediata, de acordo com nosso trabalho, seria sim, pode colher as ervas na rua e preparar seu banho!
Mas outro questionamento veio à tona: a rua pertence a Exu, portanto se eu colher uma erva na rua fico devendo ao Exu, então eu não devo fazer isso…

Bom, de forma bem sintética, vamos tentar dirimir colocando algumas outras questões em magia natural:
– Se Exu é divindade, deidade mitológica das diversas culturas africanas, e se banhos e defumações podem ser feitas por praticantes de diversos meios, será que eu preciso realmente me voltar ao culto a essa divindade para eu poder usar um elemento da natureza, sendo eu praticante de outro meio?
– Se essa firmação é válida, que Exu é o dono da rua, então até para eu parar meu carro na rua eu precisaria pedir licença para Exu?

Bom, exageros a parte, procurei de forma (exagerada) figurada colocar que, primeiro, desde que eu não me culpe de apanhar ervas num local inadequado, a manutenção do ritual está garantida.
Pode acontecer, e é o que normalmente acontece, de uma casa, e seu dirigente, colocarem para seus seguidores, filhos, adeptos, a coisa dessa maneira: você não pode fazer dessa forma!

Mas isso não quer dizer que o mundo, fora dessa casa, não possa!
Não quer dizer que magia natural não preze pela liberdade com bom senso.
É isso, liberdade com bom senso. Tenho um jardim onde planto algumas ervas, no entanto não tenho um pé de aroeira, e na minha rua tem sim uma árvore dessas, então vou até ela, e em nome de Pai Criador e Mãe Natureza, peço licença às suas forças naturais para dali colher alguns galhos, folhas, etc., para meu preparo benéfico para mim, e para minha família, terreiro…
Se for usar num banho, lavo essas folhas para retirar a fuligem, poluição que poderia causar uma reação física, alérgica, irritante, e uso-as naturalmente no meu preparo, ativando-as e me servindo daquilo que a aroeira, sozinha ou associada com outras ervas, pode me proporcionar.

Em diversas outras matérias já falamos sobre ativação de um banho ou defumação. Proponho uma reza evocatória simples: Pai Criador, Mãe Natureza, Vosso Poder Divino e Vossas Forças Naturais, peço vossa bênção, amparo, força e proteção. Licença para usar esses elementos para meu benéfico e de meu semelhante. Ampara para que eu seja instrumento de Vossa Divina Vontade para que se realize o melhor.

E assim por diante. Coloque suas próprias palavras e a partir daqui faça sua reza.
Respeite Exu dentro do seu contexto, na Umbanda ou nos cultos de nação, mas não esqueça de que você é livre. As Divindades, os Orixás, Guias e Mentores não estão aí para nos colocar medo, estão para nos guiar e conduzir para o bem, a evolução, a fé, a esperança, caridade e todas as virtudes divinas, e criar mais complicações para que nossos preparos ritualísticos não aconteçam não é característica sagrada, e sim humana.

A Umbanda é religião da liberdade com bom senso, e nos ensina a viver bem, no aqui e agora.
Sinta-se bem, não traga mais dificuldades desnecessárias alimentando procedimentos sem explicação lógica, simples e objetiva. Faça seus preparos e seja feliz!
Muito mais informação no nosso livro Rituais com Ervas – banhos, defumações e benzimentos.
Muito obrigado, muitas ervas para todos nós! Gratidão imensa!
Saúde, sucesso e muita magia realizadora a todos.
Adriano Camargo / Erveiro da Jurema
www.erveiro.com.br
email:adriano@ervasdajurema.com.br
4177-1178

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