Pouquíssimas pessoas se mostram satisfeitas com a própria vida. A maioria não trabalha naquilo que gosta.

Os pobres, financeiramente falando, estão cada vez mais pobres.
Se levarmos em conta a situação que o nosso país atravessa há muito tempo, a desigualdade, impunidade, injustiça etc., fica difícil pensar num estado de felicidade coletivo, pois quem sabe se colocar no lugar do outro sempre terá preocupações e muitas orações a fazer.

De acordo com o levantamento, 82% de toda a riqueza mundial gerada entre setembro de 2016 e setembro de 2017 ficou nas mãos do 1% mais rico da população.

O consumismo desenfreado leva as pessoas a fazerem dívidas que não podem pagar.

O acesso à saúde fica restrito aos que podem pagar, e bem pago, pois o atendimento para quem tem um plano de saúde razoável deixa muito a desejar.

Nos atendimentos por convênio, as consultas devem ser rápidas, os médicos devem pedir a menor quantidade possível de exames – afinal eles nunca podem ter prejuízo, e todo o lucro do mundo é sempre pouco; querem sempre mais.

Consulta pelo convênio só daqui há 3 meses; se pagar particular tem data próxima; pelo SUS, com muita sorte, quem sabe um dia…

Verbas para compra de equipamentos e remédios para a rede pública são desviadas.

Os bancos nada mais fazem do que negar crédito a quem precisa, e oferecer crédito insistentemente a quem não precisa…

Se você tiver dinheiro, tem a chave que abre todas as portas por aqui…não importa se que você seja trabalhador e honesto, ou não…

Isso tudo se reflete nos terreiros de Umbanda, onde muitas pessoas recorrem na esperança de que seus problemas sejam resolvidos.

Alguns procuram emprego, outros pedem proteção por serem perseguidos no trabalho, por pessoas que ao invés de estenderem a mão para ajudar um irmão, estendem-na para empurrá-lo precipício abaixo…

Mães procuram a Umbanda por terem sido abandonadas pelos filhos; filhos procuram a Umbanda por terem sido abandonados pelos pais. Todos envolvidos pela negatividade que os seres humanos mesmos criam, e reclamam como se a culpa fosse sempre dos “outros”.

Reclamam dos governantes, mas foram elas mesmas que os puseram lá…
Reclamam que nada funciona, mas continuam seguindo a vida porque lutar para mudar as coisas dá muito trabalho.

Não meus queridos, nada vai mudar de uma hora para outra, mas se mudarmos o que está ao nosso alcance já será meio caminho andado.

Alguém já disse que não há governo corrupto numa nação ética…como dizer que isso é mentira?

Alguns podem estar se perguntando o porquê de uma matéria sobre esses temas num jornal de Umbanda…simples, somos todos cidadãos, quer tenhamos consciência ou não.

A Umbanda, ao ser pensada, veio com uma função social de dar voz aos menos favorecidos: negros, velhos e índios, entre outros.

E entre as pessoas que recorrem aos terreiros de Umbanda estão muitos excluídos, inclusive desencarnados que são expulsos de lugares onde os médiuns se acham superiores aos outros, particularmente os umbandistas.

Essas pessoas encontram nas conversas, nas orientações, no abraço das entidades e no acolhimento que sentem, o que muitas vezes procuram na própria família e não encontram.

Num terreiro de Umbanda ninguém pergunta para quem chega se ele é rico, pobre, qual a sua religião, no que ele acredita ou de onde ele vem.

E além de oferecer a essas pessoas a aceitação, o desenvolvimento e a prática da própria mediunidade, faz parte da missão da Umbanda incutir nas mentes de seus médiuns que, um bom umbandista é um bom pai, um bom filho, um bom empregado, um bom patrão e um bom cidadão.

Isto porque o que somos ultrapassa os limites do terreiro. O que somos nos acompanha onde quer que estejamos, e disso não há como fugir.

Então queridos, que nossos terreiros sejam lugares onde o estudo, o esclarecimento e a prática da tão estudada e pouco exercida reforma íntima, que sejam instrumentos para que possamos expandir as consciências, tanto de quem está dentro como de quem está na assistência, para que juntos possamos trilhar um caminho de luz, evolução e ascensão.

A Umbanda é uma religião genuinamente brasileira, nasceu aqui e não foi por acaso. Ela é tão rica e diversificada como nosso povo e nossa cultura.

Que todos encontrem em nossos templos um lugar onde todas as formas da Luz possam se manifestar, e que as bênçãos que recebemos se estendam a todos aqueles que vierem nos procurar, tornando-nos seres mais conscientes e realizadores.

Como diz nosso amado Sr. José Pilintra: “Atrai-se muito mais abelhas com uma gota de mel, do que com um litro de vinagre…”

Aprender com quem sabe mais, ensinar a quem sabe menos, e a ninguém negar ajuda, lembram-se? Namastê, Amém, Axé!!!

 

                                                                 

Terreiro de Umbanda Pai Oxóssi,                                                       Por Mãe Valéria Siqueira

Caboclo 7 Flechas e Mestre Zé Pilintra

Críticas e sugestões: t.u.paioxossi@hotmail.com

 

 

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